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#MeToo e Time’s up. Todos unidos contra a violência sexual.


As denúncias de assédio sexual às mulheres foi um dos assuntos de maior destaque na premiação do Globo de Ouro. Depois de vir à tona os casos envolvendo produtores da indústria cinematográfica, campanhas como #TimesUp e #MeToo ganham adesão de homens e mulheres em busca de uma sociedade que respeite as diferenças e garanta igualdade de oportunidades.

O movimento TIME’S UP foi criado por atrizes de Hollywood para combater a agressão sexual, desigualdade sistêmica e a injustiça no local de trabalho na indústria cinematográfica estadunidense. Esse projeto vai custear as batalhas legais de vítimas no país. E através da campanha Me Too, as vítimas de abusos de Hollywood e da sociedade, ganharam voz e coragem para denunciarem os seus abusadores.

Quais projetos estão fazendo a diferença no nosso país?

No Brasil, em 2015, surgiu a hashtag #PrimeiroAssedio lançado pelo coletivo feminista Think Olga, que viralizou e incentivou as mulheres a contarem sobre o primeiro caso de assédio sexual que sofreram, expondo casos de violência, assédio e machismo, um problema recorrente e enraizado em nossa sociedade. Além dessa, o Think Olga também tem outras campanhas, como o “Chega de Fiu Fiu”, que visa combater o assédio em locais públicos e busca mapear as áreas mais críticas.

Segundo o Ipea, estima-se que no Brasil aconteça um estupro a cada 11 minutos e somente 10% dos casos são levados a polícia. São 50 mil casos registrados por ano, mas a estimativa é que existam pelo menos 450 mil. Por outro lado, a nossa sociedade não incentiva a denúncia ou que o assunto seja discutido abertamente, tornando o estupro um dos crimes mais subnotificados em mundo todo.

Como as pessoas contribuem para a disseminação do machismo nos casos de violência?

Um grave problema é a culpabilização da mulher. Um relatório publicado em dezembro de 2016, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revela que 30% dos brasileiros concordam que “a mulher que usa roupas provocativas não pode reclamar se for estuprada”. Infelizmente, 37% acreditam que “mulheres que se dão ao respeito não são estupradas”. Uma exposição feita em Bruxelas, na Bélgica, refuta essa ideia enraizada no mundo todo. No local há roupas de vítimas de estupro expostas ao lado de um papel com uma reposta à pergunta: “O que você estava vestindo?”. Em resumo, são 18 conjuntos doados à ONG CAW East Brabant que prestam apoio às vítimas de violência sexual e comprovam que o crime nada tem haver com a vestimenta da vítima ou sexo, mas, ainda sim, é uma questão de poder e dominação do agressor.

Infelizmente, o assédio e a violência sexual estão conectados ao fato do homem ver o corpo da mulher como objeto que qualquer um pode ter, e achar que tem direito a tais atos.

O que estamos fazendo para mudar esta situação?

Segundo dados da Consultoria Protiviti, que instala e administra canais de denúncias, entre 2007 e 2017, foram feitas 168.965 denúncias registradas em 229 empresas de um total de 250. São 25,66% delas relativas a práticas abusivas como, por exemplo: assédio moral, assédio sexual, agressão física, discriminação e preconceito. Como resultado disso, a empresa afirma também que está crescendo o número de corporações interessadas em seus serviços.

Em outras palavras, é importante que tais medidas sejam implementadas, pois 1 em cada 3 mulheres no mundo sofreu, está sofrendo ou vai sofrer assédio. Além disso, relatar é o primeiro e mais importante passo para a mudança e a internet tem sido uma ótima ferramenta nessa luta. São atitudes como essas que pressionam as companhias a implementarem canais de denúncia para combater os abusos e estimular a adoção de políticas de equidade de gênero dentro delas.

Lembrando: se você usar a hashtag #MeToo ou #TimesUP, fale sobre o assunto e denuncie o agressor. É debatendo abertamente com a sociedade que poderemos causar mudanças.

FONTES:

https://oglobo.globo.com/economia/assedio-no-trabalho-dificulta-ascensao-de-mulheres-nas-empresas-22285265

https://www.timesupnow.com/

http://thinkolga.com/2015/10/26/hashtag-transformacao-82-mil-tweets-sobre-o-primeiroassedio/

http://thinkolga.com/chega-de-fiu-fiu/

https://oglobo.globo.com/sociedade/exposicao-com-roupas-de-vitimas-de-estupro-refuta-tese-de-culpa-da-mulher-22288350

http://www.bbc.com/portuguese/geral-42643532

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