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Após as eleições de 2024, algum candidato será impedido de assumir seu mandato pelo uso da IA?


Em novembro de 2022, apenas um mês após o fim das eleições gerais no Brasil, a OpenAI lançava o ChatGPT. Rapidamente, a ferramenta virou febre mundial, alcançando mais de 100 milhões de usuários em apenas 60 dias, quebrando o recorde do TikTok. Foi a primeira grande onda de Inteligência Artificial que vivemos e ela foi apenas a primeira do tsunami de IAs que invadiu o nosso dia a dia de trabalho.

Em pouco tempo, outras IAs generativas baseadas na API do ChatGPT e de outras bases começaram a nascer e hoje já se tem mapeadas mais de 10 mil aplicações de Inteligência Artificial.

No Brasil, buscando fortalecer a democracia e garantir lisura nas eleições municipais de 2024, o TSE aprovou regras para o uso de Inteligência Artificial nas eleições. Algumas delas são:

· a exigência de rótulos de identificação em qualquer material audiovisual e restrição a simulações de chats entre um candidato e outra pessoa;

· uso de avatar para criar uma cópia digital de alguma pessoa;

· proibição do uso de deepfakes, entre outras.

Essas regras foram definidas para tentar dar um freio de arrumação na aplicação das ferramentas e também passar uma mensagem de que não serão aceitos usos que influenciem nos resultados das eleições, deturpando mensagens ou atacando adversários, por exemplo.

Nas eleições argentinas do fim de 2023, os eleitores receberam uma enxurrada de mensagens falsas e até vídeos com deepfakes, que foram compartilhados em praticamente todos os canais digitais. Até que ponto os usos de IA influenciaram no voto dos eleitores? É difícil mensurar, mas o estrago está feito quando vídeos falsos são divulgados colocando um adversário em situações ruins.

No Brasil, as equipes de campanha que não contarem com especialistas em Inteligência Artificial e nos usos das mais diversas ferramentas disponíveis já começam a corrida às urnas em desvantagem. O especialista em IA irá guiar e facilitar o trabalho dos diversos times da equipe de campanha, desde a criação, produção de conteúdo, edição de vídeo, áudio e imagem e no time jurídico e administrativo. Em todas as posições é preciso conhecer as normativas do TSE para usá-las a favor dos seus candidatos e conseguir reconhecer os usos de IA por um candidato concorrente.

Mais do que nunca, será preciso saber explorar os limites da IA para auxiliar na campanha e entender o que fazer quando um adversário não seguir as regras divulgadas.

Nesse contexto acirrado e de mudanças diárias, o candidato precisa ser muito bem orientado pela equipe de campanha e pelo especialista em Inteligência Artificial, para que, após o pleito e com a vitória garantida, nenhum questionamento por outras candidaturas o possa impedir de assumir o cargo eletivo.

Por Leonardo Araújo, sócio-diretor de Operações da Newtab.

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