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A narração como procedimento


Como o storytelling marketing pode alavancar resultados na criação de conteúdo?

Anúncios tradicionais, marcados pelo uso da referencialidade e da função apelativa da linguagem, podem ser eficientes no que diz respeito à informatividade e premissa de persuadir o público-alvo de maneira sucinta e direta. Contudo, esse formato é ineficaz quando se fala em construir vínculos afetivos entre o produto/marca e o consumidor por meio de conteúdo original. Uma demanda cada vez mais recorrente em um mundo no qual as pessoas recorrem todos os dias à autoficção para tornar as suas redes sociais mais atrativas e viabilizar pontes para outras mídias como o cinema e a literatura, o Storytelling Marketing é uma tendência que só tem a crescer, sendo responsável por cases de sucesso em grandes companhias.

Mas, afinal, do que se trata o storytelling?

Do inglês “contar histórias”, o storytelling não é uma prática nova, sendo utilizada desde os primórdios da Literatura e das mídias audiovisuais. A sua aplicação ao marketing se dá pela desconstrução da relação EMISSOR-OUVINTE, que deu lugar à ideia de uma relação entre INTERLOCUTORES. Ou seja, ao ouvir uma história, ainda que dentro do contexto publicitário, o comportamento do público não é de passividade. Do ponto de vista neurológico, pesquisadores da Universidade de Washington, nos EUA, identificaram que a recepção de uma narrativa publicitária ativa áreas específicas, em consonância com o conteúdo assimilado. Assim, em comparação a conteúdos descritivos e/ou apelativos, a narrativa estimula uma reação muito mais efetiva em quem está em contato com o conteúdo.

Substitui-se o imperativo “compre; conheça, adquira” pelo “era uma vez um personagem X que mudou de vida ao comprar o nosso produto…”, tornando a comunicação mais humanizada e potencializando possibilidades de produção e veiculação em diversos meios, dada a facilidade de transmidiatização inerente ao storytelling. Campanhas memoráveis como “O Halloween dos Palhaços”, da Burger King e“Love is Forever”, da KFC, mostram que pode-se vender fastfood com elementos de histórias de suspense e também romance. Basta criatividade e conhecimento sobre os procedimentos narrativos dos gêneros a serem explorados nas peças.

Assim, a arte de contar histórias ainda tem muito a oferecer ao mercado da publicidade e da comunicação estratégica, estreitando laços entre os interlocutores e o conteúdo, proporcionando mais que uma venda, um vínculo entre o indivíduo e a marca, através de narrativas que reverberam nas suas práticas cotidianas de consumo.

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